sexta-feira, 1 de julho de 2011

QUANDO 28 BATEU À PORTA

Continuo engasgada, canto no silêncio: "Quem me dera ao menos uma vez ter de volta todo ouro que entreguei a quem conseguiu me convencer que era prova de amizade(...)Quem me dera ao menos uma vez esquecer que acreditei que era por brincadeira". Todos os caminhos me levam ao mesmo lugar: a busca de respostas. Um dia quero aprender a não me importar mais, a não doer mais, a não sentir mais como se tudo isso fosse apenas um pesadelo(quero ter a consciência de que quando eu acordar tudo continuará igual). Quero simplesmente recomeçar, deixar o que passou no passado. Não faço mais parte, não consigo mais me encaixar a nada. Sou sempre a peça imperfeita do quebra-cabeças.


*Agamben diz: "Os amigos não condividem algo(um nascimento, uma lei, um lugar, um gosto): eles são com-divididos pela experiência da amizade. A amizade é a condivisão que precede toda divisão, porque aquilo que há para repartir é o próprio fato de existir, a própria vida."

sábado, 16 de abril de 2011

A ESPERANÇA É VERDE 2

Faz tempo que não tenho tempo, talvez porque o tempo tenha passado para todos, menos para mim. Ando tão cansada de mendigar, acho que vou ficar imóvel dessa vez. A gente só pode compartilhar aquilo que tem, se meu espírito de pessoa alegre e sociável está hibernando em algum lugar, preciso ficar quieta, até que minha ausência de mim mesma dissipe tantas angústias.

Já percebi que as insatisfações não são compartilháveis. Permaneci no mesmo lugar, no tempo e no espaço. Quem me conhece de verdade sabe que não sou assim, mas afinal, quem me conhece de verdade?O tempo passou, será que as pessoas mudaram?Eu não as conheço, não faço parte do cotidiano delas, não sei quem elas são?Se os mais próximos estão tão distantes, imagino então, quão longe de mim não estarão os distantes?Talvez tenha sido um caminho sem volta.Pelo menos existe um caminho...

sexta-feira, 15 de abril de 2011

EM BUSCA DE MIM

Ultimamente tenho sentido uma falta de mim. Não sei exatamente... Por que estou me escondendo? Sinto que tenho feito isso 24 horas por dia. Não é muito pelo que sou de verdade, mas pelo que as pessoas esperam que eu seja. Fazer mestrado tem transformado muitas coisas, eu estava tão distante das minhas pretensões juvenis. E agora parece que tenho que me readaptar às pessoas e voltar a pensar o mundo com sensibilidade. Desde que deixei de sonhar e comecei a ver a vida com praticidade, é a primeira vez que sinto esse incômodo terrível. 

Eu achava que nada mais me abalaria, estava aceitando o fato de as coisas não estarem exatamente como eu gostaria que estivessem. Pensava assim...Eu estou no meu lugar no mundo, que foi destinado para mim e do qual não tenho como fugir, porque eu tento, tento e de repente, quando penso que estou perto, tudo recomeça. Para me encontrar tenho que sentir fome, quando como muito não sinto ânimo para me procurar.Não posso estar imersa em uma religião, pensar em Deus me faz tão bem que esqueço de mim. Quando estou diante de outras pessoas fico tentando me refugiar como se eu não encontrasse espaço em nenhum dos lugares onde eu estou, como se o mundo não me coubesse.